As prefeituras da Paraíba têm hoje quase 60 mil servidores contratados por excepcional interesse público e 27.697 comissionados. Os dados são do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) e revelam que o que deveria ser exceção, tornou-se regra nos municípios do Estado. O ingresso no serviço público, através de concurso, tem passado distante das prefeituras.
O problema é que o ‘inchaço’ na máquina pública provoca um problema sério para os próprios gestores. Inviabiliza, muitas vezes, a realização de obras e serviços, indispensáveis para dar visibilidade e respaldo popular à gestão. Os ‘empregos’ consomem boa parte dos orçamentos municipais. Com comissionados as prefeituras paraibanas gastaram mais de R$ 57 milhões apenas no mês de setembro deste ano. O volume de recursos para custear os contratados foi ainda maior: R$ 109 milhões.
Por serem as maiores, as prefeituras de João Pessoa e Campina Grande têm o maior número de servidores nessa situação. Em Campina, são 8.795 contratados por excepcional interesse público. Na Capital, 15.295. Mas há cidades onde o índice, proporcionalmente, é bem mais significativo. Em Baía da Traição, por exemplo, dos 781 servidores 464 são contratados por excepcional interesse público, o que dá 59,41%. Em São Miguel de Taipu, o índice é de 51,54%, sendo 285 contratados para um total de 553 servidores.
Muitos dos servidores, em todos os municípios do Estado, trabalham em áreas importantes, como saúde e educação. Mas há também muitos apadrinhados políticos. Nesses casos, o desrespeito à regra constitucional soma-se, também, ao abuso de poder econômico no período eleitoral. Independente disso, o gargalo é grande para os futuros prefeitos. Se quiserem ter uma gestão capaz de executar obras terão que, necessariamente, enxugar a máquina e retirar os excessos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário