A decisão é da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso
da Capital, que atendeu a uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério
Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra a circulação do livro "O que toda
mãe gostaria de saber sobre disciplina bíblica", de Simone Quaresma.
De acordo com o MP-RJ, a autora ensina ao público a se
utilizar de correção física contra as crianças e adolescentes, critica os pais
que não aderem à disciplina física e indica que o uso da vara deve ser
investido na infância para ser menos recorrente na adolescência.
Em sua decisão, o juiz Sergio Luiz Ribeiro de Souza afirma
que o direito à integridade física e psicológica das crianças e adolescentes
deve prevalecer sobre o direito à liberdade religiosa e de expressão.
"A ré tem plena ciência de que o que prega é contrário
à lei, tanto assim que ensina os pais a baterem em locais que não sejam
visíveis, bem como a orientar seus filhos a não delatar as agressões. O perigo
de dano é evidente, haja vista que os livros e vídeos incitando os pais a
agredirem seus filhos estão acessíveis ao público, colocando em risco a
integridade física de crianças e adolescentes", diz trecho do despacho.
"O livro O Que Toda Mãe Gostaria de Saber Sobre
Disciplina Bíblica, em todos os trechos que trata de uso de qualquer tipo de
violência (física ou psíquica) contra crianças e adolescentes, sob todo e
qualquer fundamento, agride a Constituição Federal, o Pacto de São José da
Costa Rica, o Estatuto da Criança e do Adolescente e as demais normas protetivas
de crianças e adolescentes. Assim, sua comercialização somente será legítima se
forem extirpados tais trechos de seu conteúdo", prossegue o magistrado em
sua decisão.
Além de proibir a venda da publicação, o juiz determinou que links para palestras da autora com a mesma temática devem ser retirados de circulação na internet pelo Google Brasil (proprietário do Youtube), Facebook, Amazon e o site "Mulheres Piedosas", sob pena de pagamento de multa. A reportagem pediu posicionamento a Simone Quaresma e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestações.
Com informações do Estadão.
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