A nota da UFCG, assinada pelo reitor Vicemário Simões, diz
que a reitoria entende que, “mesmo no âmbito da vida privada, a liberdade de
expressão não pode ferir a dignidade alheia”, e que considerando a legislação a
que está submetido qualquer servidor público, a comissão de sindicância foi
constituída para apurar o caso, que vai ser analisado também pela Comissão de
Ética da UFCG.
“A Universidade Federal de Campina Grande é plural em todos
os sentidos e, por isso mesmo, convive com as mais variadas posturas políticas,
ideológicas, culturais e religiosas, esperando de toda a sua comunidade
acadêmica uma harmoniosa convivência democrática em que as diferenças são
respeitadas. O respeito às diferenças não dá lugar a nenhuma forma de
manifestação racista, sexista ou alguma forma outra de apontamento
preconceituoso contra qualquer coletivo”,diz o texto da nota.
A reitoria informou que repudia “qualquer expressão de preconceito e de ataque aos inegociáveis princípios dos direitos humanos, notadamente àquelas recentes manifestações, registradas em rede social, por docente da instituição, que se mostrou desrespeitoso na convivência com as diferenças”. A Reitoria [...] não apenas repudia o ato desrespeitoso como também manifesta solidariedade às pessoas e aos coletivos que foram desrespeitados pelas mencionadas manifestações”, diz o texto da nota.
Ainda no domingo, a Assembleia Legislativa da Paraíba
(ALPB) também publicou uma nota de repúdio, informando que a postagem teria
sido feita por um professor do departamento de engenharia elétrica da UFCG. A
Comissão de Direitos da Mulher e a Comissão Parlamentar de Inquérito do
Feminicípio consideram o comentário como misógino.
“A luta pela emancipação da mulher é, hoje, objeto de
discussão, estudos e ações em diversos espaços, inclusive nas universidades
públicas, visando a mudança social e eliminação de todas as formas de opressão.
Todavia, a manifestação do professor é reveladora ao destacar a ignorância
sobre a questão de gênero. [...] O comentário repudiado revela, além do
obscurantismo histórico e político forjado pelo patriarcado, a objetificação da
mulher e a violência preponderante nas mentes dos que ainda não conseguiram se
emancipar, nem minimamente, do machismo. Ademais, desconsidera o trabalho como
um fazer coletivo, na atividade doméstica e não doméstica, remunerada e não
remunerada”, diz o texto da ALPB.
Ainda de acordo com as comissões que assinam a nota da
ALPB, o comentário feito pelo professor, além de reproduzir discurso misógino,
incentiva à violência contra a mulher.
“As palavras impertinentes, misóginas e vergonhosas
proferidas pelo professor são de profunda desconsideração à dignidade das
mulheres, ecoando um discurso que permite, sanciona e incentiva a violência
doméstica, o feminicídio e todas as formas de abuso, psicológico ou físico, que
insistem em diminuir a nossa existência e a nossa moral”, completa o texto.
+Detalhes:
Com informações do G1/ Jornal da Paraíba.
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