Muitas pessoas começaram a receber o auxílio e, depois, tiveram os repasses suspensos. Apesar de haver informações sobre o motivo do bloqueio no sistema de consulta, a Defensoria Pública da União (DPU) avalia que as motivações não são sempre claras, podendo também estar equivocadas, o que abre caminho à ação judicial.
A partir da MP 1.000, pessoas que receberam até
setembro tiveram os auxílios revistos e podem ter sido consideradas
inelegíveis. As defensorias em todo o País estão abarrotadas de pedidos de ajuda
feitos por quem foi afetado, sem conseguir atender a toda a demanda. Na DPU já
foram realizados 399.260 atendimentos.
A DPU admite que, apesar do aprimoramento feito nas bases
de dados do governo, com utilização de informações atualizadas, ainda há situações
que podem levar a uma injusta negativa do auxílio.
Revisão
Na tentativa de administrar a demanda centrada no auxílio
emergencial, o Ministério da Cidadania assinou acordo com a DPU em junho para
facilitar a revisão de pedidos negados. Pela parceria, o cidadão poderia levar
os documentos à Defensoria, que faria a contestação de forma administrativa.
No fim de agosto, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
também firmou acordo de com a Dataprev, responsável pelo processamento das
análises do auxílio, e o Ministério da Cidadania para dar ao Judiciário acesso
a informações do banco de dados do benefício e agilizar a solução.
O acesso é feito pelo cruzamento de dados e pelo sistema de
consulta dos motivos de indeferimento do benefício. Além disso, o acordo permite
consultas individualizadas no sistema informatizado gerido pelo Ministério da
Cidadania. A diretora de relações institucionais da Rede Brasileira de Renda
Básica, Paola Carvalho, destaca que o processo de reavaliação do auxílio, sob
os novos critérios, empurrou para frente os meses de pagamento de várias
pessoas.
"Se olharmos pelos dados do governo, que afirma que
67,8 milhões são elegíveis, e compararmos a primeira com a quinta parcela, que
já teria de ter sido paga há dois meses, temos 11,8 milhões de pessoas a
menos", diz. Segundo Paola, são cidadãos que perderam o benefício após
nova análise feita pelo governo. "Estamos em outubro e muitas pessoas não
receberam nem a quinta parcela", destaca.
Com informações de O Estado de S.Paulo.
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