Os planetas errantes, por não receberem a luz de uma
estrela, não emitem radiação e, por isso, são mais difíceis de serem
observados. Eles não podem ser descobertos a partir de métodos astronômicos
tradicionais que vasculham o universo atrás de outros planetas fora do Sistema
Solar. Essas buscas já encontraram mais de quatro mil exoplanetas que, em
geral, apesar de serem diferentes aos do nosso sistema solar, eles têm uma
coisa em comum: todos orbitam uma estrela.
Já para encontrar um planeta errante, a identificação é feita usando um fenômeno chamado microlente gravitacional, resultado da Teoria da Relatividade de Einstein. Os pesquisadores explicam que um objeto massivo (a lente) pode curvar a luz de um objeto luminoso (a estrela). A gravidade da lente tem efeito de aumento, que curva e amplia a luz de estrelas distantes.
"Se um objeto massivo (uma estrela ou planeta) passar
entre um observador na Terra e uma estrela distante, a gravidade pode desviar e
dar foco à luz dessa estrela", disse o pesquisador Przemek Mroz, do
Instituto de Tecnologia da Califórnia e líder do estudo publicado na revista
científica Astrophysical Journal Letters, em nota divulgada à imprensa.
"As chances de observação da microlente são extremamente
pequenas porque os três objetos - fonte (luminosa), lente e observador - devem
estar perfeitamente alinhados. Se tivéssemos observado apenas uma estrela fonte
de luz, teríamos que esperar quase um milhão de anos para ver a fonte sendo
ampliada pela microlente".
Os pesquisadores do Observatório Astronômico da
Universidade de Varsóvia encontraram as primeiras evidências da existência de
exoplanetas na Via Láctea anos atrás. Cientistas da mesma instituição estão por
trás da nova descoberta. "Esta novidade mostra que planetas errantes podem
ser detectados e detalhados usando telescópios em terra", disse o
professor Andrzej Udalski, que faz parte do projeto.
Os astrônomos usaram um telescópio localizado no
observatório Las Campanas, no Chile. Quando as condições meteorológicas
permitem, eles direcionam o telescópio para as regiões centrais da Via Láctea e
observam centenas de milhões de estrelas, à procura daquelas que apresentam
mudança na luminosidade.
Com informações do Notícias Ao Minuto.
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