Ana Luiza Guimarães e Flávio Fachel comandaram o noticiário
noturno da emissora neste sábado (5). Coube a Fachel resumir o ocorrido: “A
pedido do Senador Flávio Bolsonaro, a juíza Cristina Feijó da 23ª Vara Cível do
Tribunal de Justiça do Rio proibiu a Globo de divulgar informações de
documentos sigilosos, extraídos da investigação criminal do escândalo da
rachadinha, que envolve o Senador“.
Continuando o informe, Fachel mostrou o repúdio da Globo à
liminar, embora tenha deixado claro que a decisão judicial está sendo cumprida.
Ele anunciou a futura atitude da emissora: “A Globo respeita ordens judiciais,
mas lamenta esse cerceamento da liberdade de informação, uma vez que a
investigação em questão é de interesse de toda sociedade. A Globo recorrerá da
decisão assim que for notificada“.
Ana Luiza, na sequência, leu a nota emitida pelo Grupo de
Ação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC) do Ministério Público do Rio,
informando que concluiu as investigações e encaminhou o caso ao Procurador de
Justiça Eduardo Gussem. “As investigações foram abertas em julho de 2018. Para
os investigadores, o ex-assessor Fabrício Queiroz era o operador do esquema de
lavagem de dinheiro chefiado por Flávio Bolsonaro, com parte dos salários
repassados pelos servidores do gabinete do então deputado estadual“, rememorou
a jornalista.
A equipe do Jornal Nacional aproveitou para retransmitir
notas de alguns veículos, como a Associação Brasileira de Imprensa com o
seguinte comunicado: “A censura parece estar se tornando praxe no país, tal
como existia no tempo da Ditadura Militar e do AI-5. Se trata de mais um
atropelo à liberdade de expressão“.
A Associação Nacional de Jornais também divulgou o seu
parecer: “Qualquer tipo de censura é terminantemente vedada pela Constituição e
além de atentar contra a liberdade de imprensa, cerceia o direito da sociedade
de ser livremente informada. Isso é ainda mais grave quando se trata de
informações de evidente interesse público“.
Por fim, a Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo fechou o trio de declarações que endossava a reprovação à
liminar: “A censura prévia é inaceitável na Democracia, sobretudo quando o alvo
da cobertura jornalística é uma pessoa pública cujo mandato foi outorgado pelo
voto. A decisão dificulta a cobertura das graves denúncias contra o Senador
Flávio Bolsonaro. Impedir veículos e jornalistas é prejudicial não apenas ao
direito da informação, como também do papel da imprensa de fiscal das
atividades do estado“.
Na sexta-feira (4), o Senador do Rio de Janeiro publicou,
em seu Instagram, uma imagem com o logotipo da Globo numa lata de lixo e
comemorou o feito: “Acabo de ganhar liminar impedindo a ‘Globo lixo’ de
publicar qualquer documento do meu procedimento sigiloso. Não tenho nada a
esconder e expliquei tudo nos autos, mas as narrativas que parte da imprensa
inventa para desgastar minha imagem e a do Presidente Jair Bolsonaro são criminosas. Juíza entendeu
que isso é altamente lesivo à minha defesa. Querer atribuir a mim conduta
ilícita, sem o devido processo legal, configura ofensa passível, inclusive, de
reparação.
Parabéns a meus advogados“.
Com informações do RD1.
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