No primeiro caso, culpou caboclos e índios pelas queimadas;
no segundo, responsabilizou o Supremo Tribunal Federal (STF), governadores e
prefeitos pelo desemprego, em decorrência da política de isolamento social.
Bolsonaro disse que o Brasil sofre uma campanha “brutal” de
desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. Ao ressaltar a “melhor legislação”
sobre o meio ambiente, mas mentiu quando disse que o país respeita as regras de
preservação da natureza. Derivou para o chauvinismo: as críticas ao seu governo
seriam fruto da cobiça internacional pelas riquezas da Amazônia, endossados por
entidades “impatrióticas”, que se aliam a instituições internacionais para
prejudicar o país.
Menosprezou os dados objetivos sobre desmatamento na
Amazônia — aumento de 34% de agosto de 2019 a julho de 2020 —, disse que a
floresta é úmida e os incêndios somente ocorrem nas bordas. Sua acusação aos
índios e caboclos foi injusta e preconceituosa, um desrespeito aos amazônidas e
sua cultura de selva. Foi cínico ao afirmar que o governo mantém uma postura de
“tolerância zero” com o crime ambiental.
Além do negacionismo, Bolsonaro voltou a defender a teoria
conspiratória de que as críticas ao Brasil são frutos da cobiça internacional
por nossas riquezas e visam prejudicar o nosso agronegócio. Para arrematar,
atacou a Venezuela: “Em 2019, o Brasil foi vítima de um criminoso derramamento
de óleo venezuelano, vendido sem controle, acarretando severos danos ao meio
ambiente e sérios prejuízos nas atividades de pesca e turismo.”
Sem nenhuma empatia, Bolsonaro lamentou cada morte perdida
em razão da pandemia de Covid-19, mas minimizou a gravidade da crise sanitária
(140 mil mortes e 4,5 milhões de casos confirmados) e ignorou o heroísmo dos
profissionais de saúde na linha de frente do combate à pandemia, responsáveis
pela redução da letalidade do vírus. Exaltou o desembolso do próprio governo
para auxiliar os mais atingidos pela pandemia financeiramente e o trabalho de
militares, caminhoneiros, marítimos, portuários, aeroviários e os homens do
campo, sua principal base eleitoral. Foi um discurso do tipo “pare mundo que eu
quero descer”.
+Detalhes:
https://www.huffpostbrasil.com/entry/bolsonaro-discurso-onu_br_5f69f303c5b655acbc6ff80c
Sem saber o valor real do dólar, Presidente Bolsonaro diz que brasileiros receberam mil dólares de auxílio
Com informações do Correio Braziliense.
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