Nascida em Pedra Lavrada, no interior do estado, ela se
mudou aos 11 anos para Campina Grande. Na cidade, localizada no Agreste do
estado, ela se formou em fisioterapia na Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB). A escolha do curso foi guiada pelos conselhos dos pais, que a incentivaram
a trabalhar na área de saúde. Na época, o que Glaucia não sabia ainda é que
seguiria os passos da mãe que costurava horas a fio para a família.
A paraibana casou e partiu para a Europa no ano de 1984.
Para acompanhar o marido, ela abriu mão da carreira de fisioterapeuta, com o
último trabalho realizado há 24 anos. Morou em nove países e, atualmente, vive
na Inglaterra. Ela viajou pelo mundo, aprendeu novas línguas e conheceu novas
culturas. Além de cidadania britânica, também um coração que pulsa forte pelas
raízes nordestinas.
Glaucia estudou moda no “Fashion Into the Industry”, do
Serviço de Educação de Adultos de Westminster, de Londres. A essência paraibana
marcou a conclusão do curso. O trabalho final dela foi a criação de uma coleção
de peças produzidas com algodão colorido, produzido na Paraíba, e utilizado
pela Natural
Cotton Colour, empresa liderada pela CEO Francisca Vieira, que forneceu
matéria-prima para o projeto.
“Me tornei uma aprendiz de moda aos 56 anos. Há quem ache que uma mudança de vida aos 60 anos possa ser uma curva íngreme de aprendizado. Mas nada se alcança sem um desafio, quer seja na sua vida privada ou profissional, seu controle é ilimitado e sua força sempre estará na procura”, destacou. “Criei a ideia de uma coleção nativa, com cheiro de algodão colorido para vestir com a simplicidade de ser natural, pura e sustentável [...]. Pra mim foi o máximo de desafio, o que me levou a seis semanas de trabalho feito à mão”, explicou.
Atualmente, ela cria produtos para a própria loja online. No site,
não são vendidas apenas roupas. “Eu nunca pensei em criar moda, mas tudo na
vida tem uma razão de ser. E é bom mudar, construir e procurar ser feliz. Na
verdade, não me considero uma designer, sou uma eterna aprendiz, estudo,
pesquiso e crio”, reforçou.
+Detalhes: https://www.artemicasa.com/
Trabalho de Glaucia é voltado para a sustentabilidade
O trabalho desenvolvido por Glaucia é centrado na ética
ecológica de produtos naturais. No processo de criação, ela visualiza as peças
desde a escolha dos materiais sustentáveis. Cada passo garante o estilo dela no
mundo da moda.
“Sempre fui adepta à relação do homem com a natureza e os
animais. Venho de uma geração que viveu sem precisar de aditivos sintéticos
para me vestir. Me acostumei com a forma simples de cultivar, produzir e usar.
Assim como plantar e colher. Baseada neste princípio eu existo”, ponderou.
Focada no trabalho que desenvolve, ela espera que esta e as
próximas gerações sejam mais conscientes e contribuam ecologicamente para o
futuro do meio ambiente, como um todo.
Mudança na carreira aconteceu após a recuperação de um
câncer
Em 2007, enquanto morava em Abu Dhabi, Glaucia foi
diagnosticada com câncer de mama. Um desafio que não só foi vencido por ela,
mas que a fez valorizar o que considera ser mais importante.
“A Experiência me impulsionou para querer viver e priorizar
todos os êxitos. Meus filhos minha família, meus amigos e minha Fé em Deus. Daí
que não me faltou nada para seguir em frente. Só a vontade de viver já me
incentivou pra ser quem eu sou”, pontuou.
Desde que se curou, ela assumiu o propósito de se reconectar
ao instinto natural e de motivar outras pessoas a fazem o mesmo. Por isso, nos
momentos de folga ela atua como consultora de em uma agência de saúde
aposentados em Londres.
“Um novo começo. Outro capítulo na minha vida”, considerou.
A filha Rhalina é engenheira de projetos e nas horas vagas
atua como co-fundadora e fica responsável pela administração, marketing,
comunicação com clientes, técnica de compra e vendas, atualizações de mercado.
“Ela também é uma excepcional artesã promovendo a consciência sustentável do
produto”, enalteceu a mãe.
A outra filha, Camila, contribui com a loja online como
blogueira. Já os filhos Alex e Michael participaram como modelos em desfiles.
Eles também colaboram com com a edição de mídias e fotografias.
Algodão colorido produzido na Paraíba alcança mercado
internacional
Responsável por tornar Campina Grande conhecida como a Liverpool brasileira nos anos de 1940, o algodão se foi propulsor da economia no Agreste do estado. Também conhecido como “algodão ecologicamente correto”, o produto ganhou o mundo e chegou ao mercado internacional. O tecido produzido com o material é sustentável e chama a atenção para a responsabilidade socioambiental. O algodão colorido passou por pelo menos 20 anos de melhoramento genético na Embrapa Algodão para que pudesse ser utilizado na indústria têxtil. As tonalidades passeiam pelas variedades das cores verde , marrom e tons avermelhados.
Com informações do G1.
Interaja mais:
https://www.facebook.com/manchetedecapa1/
https://twitter.com/MancheteDeCapa
Nenhum comentário:
Postar um comentário