Os cálculos são da Rede Brasileira de Renda Básica, que
critica a falta de transparência dos dados e o calendário de pagamento da
terceira parcela do programa. Para a Rede, que reúne 162 organizações da
sociedade civil, a estratégia do governo é "dar a sensação" de que a
renda vai até dezembro, sem que seja necessário ampliar as parcelas. Isso
porque o pagamento da 3.ª parcela será concluído em setembro para quem faz
aniversário no último mês do ano.
A expectativa da Rede é que governo alongue ao máximo o pagamento
e que a 5.ª parcela fique, na prática, para dezembro. Até agora, o governo não
explicou como será o pagamento das duas parcelas adicionais de R$ 600. A ideia
é dividir o repasse dentro dos dois meses adicionais.
Segundo a diretora de relações institucionais da Rede,
Paola Carvalho, os que estão na reanálise receberam a 1.ª parcela e entraram em
análise novamente. Já são mais de 107 milhões de cadastros analisados, com 64,3
milhões de beneficiados (entre a 1.ª, 2.ª e 3.ª parcelas) e 43 milhões de pessoas
com benefício negado. "Muitas pessoas mudaram de condição, da primeira
para a segunda análise. Muitas pessoas receberam a 1.ª parcela e, depois, foram
cortadas. Mas o governo não dá transparência aos números", afirmou ela.
A entidade entrou com uma representação no Ministério Público Federal solicitando medidas para assegurar os direitos das pessoas mais vulneráveis que não receberam o auxílio. Autor de projeto para prorrogar o auxílio por mais seis meses, o deputado João Campos (PSB-PE) disse que a divisão do pagamento é ruim e pode gerar maior aglomeração nas agências bancárias. Para ele, a estratégia é um "artificio fiscal" do Ministério da Economia para ter caixa para os pagamentos.
A área econômica, no entanto, avalia que é uma medida para fazer uma transição mais suave para o fim do benefício, enquanto coloca de pé um novo programa social. Procurado, o Ministério da Cidadania informou que atualmente estão em análise na Dataprev 1.572.325 cadastros realizados no aplicativo e portal da Caixa, sendo 1.364.199 do período de 17 a 30 de junho. O ministério não detalhou os números.
"Para ser elegível é necessário atender a todos
requisitos da lei. Um dos problemas que podem ocorrer, por exemplo, é a
situação na qual a pessoa encontra-se desempregada recentemente, mas a
informação ainda não consta nas bases de dados do Governo Federal", afirma
a nota.
Com
informações de O Estado de S.Paulo.
Interaja mais:
https://www.facebook.com/manchetedecapa1/
https://twitter.com/MancheteDeCapa
Nenhum comentário:
Postar um comentário