ADAM (ADÃO): SER HUMANO;
HAVA (EVA): VIDA;
NÂHÂSH (SERPENTE): O MAU PENSAMENTO;
ÁRVORE DA VIDA: A CONSCIÊNCIA, VIDA ESPIRITUAL;
O FRUTO PROÍBIDO: A COBIÇA, O DESEJO TENTADOR;
A MORTE: ATRASO MORAL E ESPIRITUAL;
A BESTA (666): DEPRAVAÇÃO, PAIXÕES INFERIORES, IMORALIDADE,
DEVASSIDÃO, PERVERSÕES SEXUAIS;
O DRAGÃO: INSTINTOS SELVAGENS, PREDOMÍNIO DOS DESEJOS
INFERIORES E MALÉFICOS.
“O termo Raça Adâmica é retratado no capítulo Gênese
Espiritual, da obra A Gênese, edição original de Allan Kardec. Não apenas
remonta a origem dos espíritos que povoam a Terra, como explica a criação
física do ser humano em paralelo com o nome de Adão.”
O seguinte trecho da Gênese elucida sobre a questão da Raça
Adâmica:
“Segundo o ensinamento das Espíritos, é uma dessas grandes
imigrações – ou, como queiram, uma dessas colônias espirituais vindas de uma
outra esfera -, que deu nascimento à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por
essa razão, denominada Raça Adâmica.”
(A Gênese)
“[...] É preciso ver as grandes verdades morais sob figuras
materiais que, tomadas literalmente seriam também absurdas tanto quanto, em
nossas fábulas, tomar-se-ia literalmente as cenas e os diálogos atribuídos aos animais.
Adão é a personificação da humanidade; sua falta individualiza a fraqueza do
homem onde predominam os instintos materiais que não sabe resistir.
A árvore, como árvore da vida, é o emblema da vida
espiritual, como árvore da ciência, é o da consciência que o homem adquire do
bem e do mal pelo desenvolvimento de sua inteligência e o do livre arbítrio em
virtude do qual ele escolhe entre os dois; ele marca o ponto onde a alma do
homem, cessando de ser conduzida pelos seus instintos, toma posse de sua
liberdade e incorre na responsabilidade de seus atos.
O fruto da árvore é o emblema, o objetivo dos desejos
materiais do homem; é a alegoria da cobiça; resume sob uma mesma figura os
motivos de sedução ao mal; em comer, é sucumbir à tentação. (6) Cria-se no meio
do jardim de delícias para mostrar que a sedução está no próprio seio dos
prazeres, e mostrar, ao mesmo tempo que, se o homem dá preponderância aos
divertimentos materiais, ele se ata à Terra e se distancia de seu destino
espiritual.
A Morte da qual está ameaçado se enfrentasse a proibição que
lhe é feita, é uma advertência das consequências inevitáveis, físicas e morais,
que arrastam a violação das leis divinas que Deus gravou em sua consciência. É
bem evidente que não se trata da morte corporal, já que, após sua falta, Adão
viveu por longo tempo, bem antes da morte, senão, dito da perda dos bens que
resultam do progresso moral, prejuízo do qual sua expulsão do jardim de
delícias é a imagem.
A serpente está longe de passar atualmente, pelo tipo da
esperteza; é, pois, aí, por referência, antes, à sua forma que por seu caráter,
uma alusão à perfídia dos maus conselhos que se escorregam como a serpente e
dos quais, frequentemente, por esta razão, não se desconfia dela.
Aliás, se a serpente, por ter enganado a mulher, foi
condenada a rastejar sobre o ventre, sê-lo-ia preciso dizer que anteriormente
ela tinha pernas, e então, não seria uma serpente.
Por que, pois, impor à lealdade ingênua e crédula das
crianças como verdades, alegorias também evidentes, e que, em se falseando seu
julgamento, fazem-no mais tarde verem a Bíblia como uma trama de fábulas
absurdas?
18. – Se a falta de Adão é literalmente ter comido uma
fruta, não seria incontestavelmente por sua natureza quase pueril, justificar o
rigor com que foi ferido. Não seria nem mais racional admitir, qualquer que
seja o tão, o que se suponha geralmente; senão, deus, considerando este fato
como um crime irremissível, teria condenado sua apropria obra, já que tinha
criado o homem para a propagação. Se Adão entendeu neste sentido o resguardo de
tocar na fruta da árvore e que ele aí se tornou escrupulosamente conformado,
onde estaria a humanidade e o que teria sido dos descendentes do Criador? Se o
era assim, Deus teria criado o imenso aparelho do Universo para dois indivíduos
e a humanidade estaria vindo contra sua vontade e suas previsões.
Deus não teria jamais criado Adão e Eva para ficarem sós na
Terra; e a prova está mesmo nestas palavras que ele lhe endereçou imediatamente
após sua formação, então, que eles estariam ainda no Paraíso terreal; “Deus os
abençoou e lhes disse: Crescei e multiplicai-vos, enchei a Terra e vos a
subjugue”. (cap.I, v.28). Pois, a multiplicação do homem era uma lei desde o
paraíso terrestre, sua expulsão não pode ter por causa o fato suposto.
O que deu crédito a esta suposição é o sentimento de pejo
pelo qual Adão e Eva sentiram à vista de Deus e que os levaram a se cobrir. Mas
este pejo, ele mesmo, é uma figura por comparação: simboliza a confusão que
todo culpado sente em presença de quem lhe tenha ofendido.
19. – Qual é, pois, em definitivo, esta falta tão grande
que possa culpar de reprovação à perpetuidade de todos os descendentes daquele
que a tenha cometido? Caim, o fratricida não foi tratado tão severamente.
Nenhum Teólogo pôde defini-la logicamente porque, todos, não saindo da letra,
voltam-se num círculo vicioso.
Atualmente, sabemos que esta falta nunca é jamais um fato
isolado, pessoal de um indivíduo, mas que compreende. Sob um fato alegórico
único, a mistura das prevaricações das quais pode-se tornar culpada a
humanidade, ainda imperfeita, da Terra e que se resumem bestas palavras:
infração às leis de Deus. Eis porque a falta (erro) do primeiro homem,
simbolizando a humanidade, ela própria é simbolizada por um ato de
desobediência.
20. – Em dizendo a Adão que tirará seu alimento da Terra
com o suor da sua fronte, Deus simboliza a obrigação do trabalho; mas porque
faz, Ele do trabalho uma punição? Que seria a Terra, se ela não fosse
fecundada, transformada, saneada pelo trabalho inteligente do homem?
Disse (cap. II, v.5 e 7): “O Senhor Deus não tinha ainda
feito chover sobre a Terra e não havia nenhum homem para trabalhá-la. O Senhor
formou pois o homem do barro da Terra”. Estas palavras comparadas com as
seguintes: Enchei a Terra, prova que o homem estava desde a origem destinado a
ocupar toda a Terra e a cultivá-la; e outra, que o Paraíso não era um lugar
circunscrito a um canto do globo. Se a cultura da Terra devia ser uma
consequência da falta de Adão, resultaria que, se Adão não tivesse pecado, a
Terra não teria sido cultivada e que as vistas de Deus não teriam sido
completadas.
Por que di-lo à mulher que, porque ela cometeu a falta, ela
parirá com dor? Como a dor do parto pode ser um castigo, já que é uma
consequência do organismo, e que está provado fisiologicamente que é
necessária? Como uma coisa que é conforme as leis da natureza pode ser uma
punição? É o que os teólogos nem podem ainda explicar e o que não o poderão
fazer enquanto não saírem do ponto de vista onde se situaram; e conforme estas
palavras que se mostram tão contraditórias possam ser justificadas.
21. – Observemos a princípio que, se, no momento da Criação
de Adão e Eva, sua alma viesse de ser tirada, como se o ensina, eles deveriam
ser noviços em todas as coisas; eles não deveriam saber o que é morrer. Já que
estavam sós sobre a Terra, tanto que eles advinham do Paraíso terrestre, não
haviam visto ninguém morrer; como, pois, teriam podido compreender em que
consistia a ameaça de morte que Deus lhes fazia? Omo poderia Eva compreender que
parir com dor seria uma punição, já que, vindo de nascer para a vida ela nunca
tinha tido filhos e que ela era a única mulher do mundo?
As palavras de Deus não deviam, pois, ter para Adão e Eva
nenhum sentido. Apenas, tirado do nada, não podiam saber nem porque nem como
eles surgiram; não deviam compreender nem o Criador nem o motivo da proibição
que lhe faziam. Sem nenhuma experiência das condições da vida, eles pecaram
como crianças que atuam sem discernimento, o que torna mais incompreensível
ainda a terrível responsabilidade que Deus fez pesar sobre eles e sobre toda
humanidade inteira.
O Paraíso terrestre do qual se tem inutilmente procurado os
vestígios sobre a Terra, era, pois, a figura do mundo venturoso onde tinham
vivido Adão, ou antes, a raça dos Espíritos dos quais ele seja a
personificação. A expulsão do paraíso marca o momento em que estes Espíritos
vieram encarnar-se entre os habitantes do mundo, e a troca de situação é que
ocorreu a seguir. O anjo armado com uma espada reluzente, que defende a entrada
do Paraíso, simboliza a impossibilidade na qual estão os Espíritos dos mundos
inferiores em penetrar nos mundos superiores antes de terem mérito, pela sua
depuração (ver logo após cap. XIV n° 9).
23. – Caim (após a morte de Abel) respondeu ao Senhor:
minha iniquidade é por demais grande para poder obter o perdão. – Vós me
enxotastes hoje, da superfície da Terra e eu irei me esconder de ante vossa
face. Serei fugitivo e vagabundo sobre a terra, qualquer um, pois, me
encontrará e me destruirá. – O senhor lhe respondeu: Não, isto não ocorrerá
porque quem destruir Caim será punido severamente. W o Senhor colocou um sinal
sobre Caim, a fim de que, quem o encontrasse nunca lhe destruísse.
Caim, sendo retirado de ante a face do Senhor, tornou-se
vagabundo sobre a Terra e habitou pela região oriental do Éden: – E tendo
conhecido sua mulher, ela concebeu e pariu Henoch. Ele construiu, em seguida,
uma cidade, que se chamou Enóquia, do nome do seu filho (cap. IV, versículos de
13 a 16).
24. Caso se reporte à letra da Gênese, eis as quais
consequências se chegou: Adão e Eva estavam sós no mundo após sua expulsão do
paraíso terrestre; só posteriormente, apenas, que tiveram por filhos Caim e
Abel. Ora, Caim matando seu irmão e retirando-se para outra região, não reviu
mais seu pai e sua mãe que se tornaram novamente sós; só muito tempo depois com
a idade de cento e trinta anos que Adão teve um terceiro filho, chamado Seth.
Após o nascimento de Seth, ele viveu ainda, conforme a genealogia bíblica,
oitocentos anos e teve filhos e filhas.
Tão logo Caim veio estabelecer-se no oriente do Éden,
existia, apenas sobre a Terra três pessoas: seu pai e sua mãe, e ele próprio,
por seu lado. Entretanto, ele teve uma mulher e um filho; quem poderia ser esta
mulher e onde teria podido encontrá-la? Ele construiu uma cidade, mas uma
cidade supõe habitantes já que não é presumível que ele a tenha feito para si
próprio, sua mulher e seu filho, nem que a tenha podido construir sozinho.
É preciso, pois, inferir deste relato, mesmo, que a região
era povoada; ora, não poderia ser pelos descendentes de Adão, que, então, não
havia outro senão Caim.
A presença de outros habitantes resulta desta palavra de
Caim: “eu serei fugitivo e vagabundo e aquele que me encontrar me matará” e, de
resposta que Deus lhe fez. Por quem poderia ele temer de ser morto e que bem o
signo que Deus colocou sobre ele para preservá-lo se não devesse encontrar
ninguém? Se, pois, se havia sobre a Terra outros homens além da família de
Adão, é que eles aí estavam antes deles. De onde esta consequência, tirada do
próprio texto da Gênese, que Adão não é nem o primeiro nem o único pai do
gênero humano (Cap. XI, n° 34).
25. – Seria preciso os conhecimentos que o Espiritismo
trouxe tocantes ao relacionamento do princípio espiritual e do material, sobre
a natureza da alma, sua criação em estado de simplicidade e ignorância, sua
união com o corpo, sua marcha progressiva, indefinida através de existências
sucessivas e através dos mundos que são igualmente degraus na trilha do aperfeiçoamento,
sua libertação gradual da influência da matéria pelo uso do seu livre arbítrio,
a causa de suas tendências boas ou más e de suas aptidões, o fenômeno do
nascimento e da morte, o estado do Espírito na erraticidade, enfim, o porvir
que é o prêmio de seus esforços para melhorar-se e de sua perseverança no bem,
para lançar a luz por todas as partes da Gênese espiritual.
Graças a esta luz, o homem sabe daí pra frente de onde ele
vem, para onde ele vai, porque está sobre a Terra e porque sofre; sabe que seu
futuro está entre suas mãos e que a duração de seu cativeiro aqui em baixo
depende dele. A Gênese, saída da alegoria estreita e mesquinha, mostra-se a ele
grande e digna da majestade da bondade e da justiça do Criador. Considerada
desse ponto de vista, a Gênese confundirá a incredulidade e a vencerá.”
O PECADO ORIGINAL É VÁLIDO?
A ideia de pecado original, que culpa Adão e Eva por nossos
maus atos, é incoerente com a justiça divina. A própria Bíblia diz isso:
DEUTERONÔMIO, 24:16; JEREMIAS, 31:29-30; LAMENTAÇÕES, 3:39; EZEQUIEL, 18:20. E
aliás em toda a Escritura Sagrada fica claro que A CADA UM SERÁ DADO CONFORME
AS SUAS OBRAS. Admitamos, portanto, nossos erros: TIAGO, 1:13!
+Detalhes: https://radioboanova.com.br/o-que-e-a-raca-adamica-segundo-a-doutrina-espirita/
https://ageneseak.wordpress.com/capitulo-xii/
https://www.paulosnetos.net/artigos/send/5-assuntos-biblicos/3-adao-e-eva-o-primeiro-casal
Com informações de A Gênese / Visão Bíblica.
Interaja mais:
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