Uma análise feita em substâncias encontradas em um
santuário judeu em Israel descobriu vestígios de cannabis usada em
rituais que aconteceram mais de 700 anos antes de Cristo. Segundo a revista Science News, a planta foi misturada
com esterco para queimar em temperaturas mais baixas.
A fusão continha,
inclusive, o composto psicoativo tetra-hidrocanabinol (THC), além de canabidiol
(CBD) e canabinol (CBN). A descoberta só foi possível graças ao clima seco do
deserto de Neguev, em Tel Arad, na região central de Israel, que ajudou a
preservar os resíduos encontrados em um altar. Em outros templos menores, os
mesmos materiais foram coletados, o que reforça a ideia de que a prática era
comum na época.
Essa é a evidência mais antiga de uso da maconha já
encontrada na história. "É a primeira vez que a maconha é identificada no
antigo Oriente Próximo", disse Eran Arie, autor do estudo e pesquisador do
Museu de Israel, em Jerusalém. "Seu uso no santuário deve ter desempenhado
um papel central nos rituais cultuais realizados lá", explicou.
Segundo a CNN, foi o arqueólogo Yohanan Aharoni quem
iniciou as escavações, em 1962. Nos cinco anos seguintes, seu trabalho em nome
do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém descobriu
itens ainda investigados. Somente agora, quase 70 anos depois e com tecnologia
moderna, foi possível descobrir quais substâncias eram usadas nos rituais.
Não há certeza sobre como a maconha chegou à região, mas
acredita-se que as primeiras rotas comerciais da Rota da Seda da Ásia Central e
Oriental foram responsáveis pela entrada da planta em Tel Arad. O templo foi construído há cerca de 2,7 mil anos e usado
por aproximadamente 50 anos.
O santuário tem 42 pés de diâmetro e 62 pés de
profundidade, com quatro áreas, incluindo um pátio aberto cercado, uma área de
armazenamento, um salão principal e uma pequena adega. Hoje, o local faz parte do sítio arqueológico de Tel Arad,
porém está inacessível a historiadores, então outros santuários semelhantes
estão sendo utilizados para estudos. Quando ativo, o local fazia parte de uma
fortaleza no topo de uma colina na fronteira sul do Reino de Judá.
Com
informações do Mega Curioso.
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