Nuvem de gafanhotos se desloca na direção do Uruguai .O
aparecimento na Argentina assustou produtores rurais, assim como entidades do
governo do país. Nesta segunda-feira, 22, o Serviço Nacional de Saúde e
Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina publicou um mapa com alerta da
praga em que é possível ver uma faixa vermelha que representa ‘perigo’. Regiões
da fronteira oeste do Rio Grande do Sul estão no alerta dos argentinos.
O assunto foi um dos mais comentados nesta terça-feira, 23,
nas redes sociais e muitos internautas fizeram associações com o evento narrado
na Bíblia, quando uma nuvem de gafanhotos atingiu o Egito. Mas apesar de ser um
fenômeno inusitado, ele pode ocorrer em algumas situações e pode gerar grandes
prejuízos nas lavouras. Segundo Marcos Lhano, professor da Universidade Federal de
São Carlos (Ufscar), os animais são da espécie Schistocerca
cancellata, comuns na América do Sul, e vários fatores podem causar esse
fenômeno, já que os gafanhotos vivem duas fases em suas vidas, em uma delas é
quando eles se agregam.
“Quando ocorre uma alteração no clima, com tempo mais seco,
eles acabam se reproduzindo mais rapidamente. Com esse crescimento
populacional, os insetos se juntam e formam essas nuvens, iniciando migrações
atrás de alimentos”, disse.
Esta praga está presente no Brasil desde o século 19 e
causou grandes perdas às lavouras de arroz na região sul do País nas décadas de
1930 e 1940. Desde então, tem permanecido na sua fase “isolada” que não causa
danos às lavouras, pois não forma as chamadas “nuvens de gafanhotos”.
Recentemente, voltou a causar danos à agricultura na América do Sul, em sua
fase gregária.
A nuvem atual foi avistada pela primeira vez no Paraguai e
acabou cruzando a fronteira com a Argentina, onde provocaram de estragos em uma
lavoura de milho. Dependendo dos fatores climáticos, a nuvem de insetos podem
chegar até o Rio Grande do Sul. Por ser uma força da natureza, segundo o especialista, a
melhor maneira de conter o avanço desta nuvem seria a própria natureza.
“Eles
se deslocam rápido, com até 150 km em um dia. Essa nuvem já vem desde o
Paraguai, mas eu diria que está perdendo um pouco da força. Como existe a
previsão de chuva e queda de temperatura, acredito que vai perder mais força
ainda”, explica o professor.
No Brasil, as autoridades fitossanitárias estão
em contato com os seus pares argentinos, bolivianos e paraguaios por meio do
Grupo Técnico de Gafanhotos do Comitê de Sanidade Vegetal (Cosave), o que tem
permitido um acompanhamento do assunto em tempo real, com o objetivo de adotar
as medidas cabíveis para minimizar os efeitos de um eventual surto da praga no
Brasil.
+Detalhes: Nuvem de gafanhotos se desloca na direção do
Uruguai
Entenda como se forma uma nuvem de gafanhotos e o que pode
dissipá-la
Com
informações do Canal Rural.
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