O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães,
estimou nesta segunda-feira (11) a abertura de até 45 milhões de novas contas
digitais nos próximos meses para brasileiros que recebem o auxílio emergencial
contra a pandemia da covid-19.
Guimarães foi ouvido por videoconferência pública pela comissão
mista dedicada a fiscalizar ações do governo no combate à pandemia (CN-Covid19).
Ele destacou que o atendimento aos recipientes do auxílio ainda precisa de
forte atuação presencial, em agências bancárias e casa lotéricas, mas o
aprimoramento da logística tem o potencial de promover “uma revolução”.
— Parte dos beneficiários tem conhecimento maior [sobre
tecnologia], mas alguns precisam de ajuda. Ao longo do tempo, vão tendo
treinamento. Faremos um atendimento totalmente digital. Este programa irá mudar
a vida dos brasileiros.
O presidente da Caixa foi questionado pelos parlamentares
membros da comissão sobre as cenas de longas filas e agências lotadas que foram
registradas nos primeiros dias da distribuição do auxílio emergencial de R$
600, pago a desempregados, mães solteiras e trabalhadores informais de baixa
renda (Lei
13.892, de 2020). O relator da comissão, deputado Francisco Jr. (PSD-GO),
parabenizou o banco pelo empenho na condução do programa, mas alertou para o
perigo das aglomerações no atendimento presencial.
— A população é colocada em situação de risco para
sobreviver, um contrassenso — ponderou. As senadoras Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Zenaide Maia
(Pros-RN) também questionaram sobre a lotação excessiva nos pontos de
atendimento e sobre as alternativas às agências físicas. Pedro Guimarães
respondeu que o pagamento do auxílio emergencial conta com 13 mil casas
lotéricas e as redes de 52 outros bancos, além da sua própria estrutura, e que
a Caixa tem contratado novos funcionários para as regiões de maior demanda.
Os senadores Esperidião Amin (PP-SC), Chico Rodrigues
(DEM-RR) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) manifestaram preocupação com os
cidadãos que ainda não tiveram os seus cadastros para o auxílio aprovados, e
também com aqueles que serão incluídos após a sanção do projeto de lei que
expandiu as categorias profissionais que serão beneficiadas (PL
873/2020).
Pedro Guimarães explicou que todos os cidadãos elegíveis
para o auxílio que se inscreverem até o dia 3 de julho terão a garantia do
recebimento das três parcelas. Cerca de 17 milhões de cadastros da primeira
leva de inscrições ainda estão pendentes, devido a irregularidades no
preenchimento das informações, e aqueles que estiverem regulares devem ser
liberados em breve. Os titulares desses cadastros receberão a primeira parcela
na mesma data do pagamento da segunda, de forma acumulada. Até agora, 50
milhões de brasileiros — cerca de 24% da população nacional — já estão recebendo o auxílio emergencial.
Os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF) e Vanderlan Cardoso
(PSD-GO) tocaram no assunto dos cadastros fraudulentos, feitos por cidadãos que
não têm o direito ao benefício. Izalci falou ainda sobre denúncias de
"ataques" aos servidores da Caixa Econômica Federal nos pontos de
atendimento. Guimarães afirmou que as fraudes já foram reduzidas de forma
significativa, junto com as filas, como parte do esforço de aprimoramento da
execução do programa.
Já quanto ao tratamento dispensado aos servidores, o
presidente da Caixa fez um desagravo aos profissionais, que chamou de
"heróis". Segundo ele, os funcionários trabalham de segunda a sábado,
e por vezes aos domingos, atendendo uma média de 500 pessoas por dia.
Pedro Guimarães também respondeu a perguntas sobre a
atuação da Caixa no mercado de crédito para estimular a economia. Segundo o
presidente, o banco já ofereceu R$ 154 bilhões em linhas de crédito
facilitadas, com foco nos microempreendedores e no crédito imobiliário, com
juros anuais a partir de 6,5%. As santas casas também contam com atendimento
especial.
Com
informações da Agência Senado.
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