O presidente Jair
Bolsonaro e ministros desceram a rampa do Palácio do Planalto, neste
domingo (17), para encontrar apoiadores que se reuniram em uma manifestação a
favor do governo, provocando uma grande aglomeração apesar das recomendações de
autoridades sanitárias pelo distanciamento social para conter o avanço
do coronavírus no País.
Ao contrário de outras ocasiões, em que cumprimentou
diversas pessoas em atos semelhantes, dessa vez o presidente usava máscara de
proteção e se manteve a uma certa distância dos manifestantes, separado por
grades, mas pegou no colo ao menos três crianças para posar para fotos.
Bolsonaro vai na contramão do que recomendam especialistas ao defender o fim do
isolamento social para conter a covid-19, alegando que os impactos econômicos
são piores do que os efeitos da própria doença, que já chamou de “gripezinha”.
O Brasil superou o número de casos do novo coronavírus da
Itália, primeiro epicentro das infecções na Europa, e da Espanha. Em 24 horas,
foram registradas 14.919 novas infecções e 816 novas mortes, de acordo com
boletim do Ministério da Saúde divulgado no sábado (16) às 19 h.
“Manifestação pura de uma democracia. Fico muito honrado
com isso. O governo federal tem dado todo o apoio para atender as pessoas que
contraíram o vírus e esperamos brevemente ficar livre dessa questão para o bem
de todos nós”, disse o presidente em transmissão em suas redes sociais durante
o ato.
O ato de apoio ocorreu dois dias após o pedido de demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde com
menos de um mês no cargo. Bolsonaro ainda não anunciou o próximo ministro, que
será o terceiro em pouco mais de um mês. Luiz Henrique Mandetta foi
demitido em abril por discordar do presidente em relação ao isolamento social.
Uma faixa erguida por apoiadores do presidente no ato em
frente ao Planalto pedia “Hidroxicloroquina já”. O
medicamento, sem comprovação científica de eficácia contra a covid-19, é
amplamente defendido por Bolsonaro para tratar a doença, o que o colocou em
rota de colisão de Teich.
Durante a manifestação, Bolsonaro exaltou o fato de o
ato não conter “nenhuma faixa agressiva a quem quer que seja”. Protestos
anteriores de apoio ao presidente foram marcados por faixas defendendo o
fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendendo o
retorno do AI5 — o ato mais duro editada pela ditadura militar.
“Movimento espontâneo, nenhuma faixa que atente contra as
instituições ou contra o Estado Democrático de Direito”, afirmou o presidente
na transmissão ao vivo em suas redes sociais.
Havia, no entanto, manifestantes portando faixas contra o
STF durante o ato, que percorreu a Esplanada dos Ministérios. Bolsonaro estava acompanhado no Planalto de diversos
ministros, incluindo Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional),
André Mendonça (Justiça e Segurança Pública) e Marcos Pontes (Ciência e
Tecnologia), além de parlamentares que o apoiam, como o filho Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP). Um dos aliados do presidente segurava um mastro com as
bandeira do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel no alto da rampa.
Com
informações do HuffPost Brasil.
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