A informação deixou muita gente assustada e acabou
viralizando nas redes sociais. Mas será que essa história de que testes
contaminados com o novo coronavírus teria sido enviados da China aos EUA é
real? A resposta é não! Vamos aos detalhes! Para começo de história, a publicação
segue aquele velho roteiro de fake news na internet. É vaga, alarmista, possui
erros de português e não cita fontes confiáveis.
Além disso, nos últimos dias, essa história de envio de
coisas contaminadas da China se tornou recorrente. A equipe do Boatos.org já
desmentiu diversas delas, como a que dizia que o FBI teria recolhido máscaras infectadas vindas da China.
Também a que indicava que que máscaras compradas da China pelo ex-ministro Luiz Henrique
Mandetta estariam contaminadas com o novo coronavírus e, por fim, a
que apontava que o Japão teria enviado 600 milhões de máscaras infectadas pelo
coronavírus para o Brasil.
Assim como nos casos citados acima, a história de hoje
repete, mais uma vez, que a China estaria enviando máscaras contaminadas para
outros países. O assunto tem sido tão recorrente que o editor do Boatos.org,
Edgard Matsuki, chegou a gravar um vídeo explicando os motivos para não
acreditar nessas histórias.
O “fato novo” sobre a história de hoje, de que a China
estaria enviando testes contaminados com o novo coronavírus, surgiu graças a
uma mistura de duas informações reais. Desde o dia 16 de abril de 2020, a
Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, vem
observando problemas com testes do novo coronavírus.
Pesquisadores da Universidade de Washington identificaram
que o líquido chamado de meio de transporte viral estava mudando de
cor (o que indica um crescimento bacteriano). Após análises, eles
conseguiram determinar a presença da bactéria Stenotrophomonas maltophilia, um microorganismo amplamente encontrado na natureza e que tem
sido cada vez mais encontrado em ambientes hospitalares. Apesar disso, os
pesquisadores acreditam que as amostras já analisadas não tenham sofrido
qualquer interferência por conta do problema.
Além disso, no dia 18 de abril de 2020, a Administração de
Drogas e Alimentos (FDA), o órgão de vigilância sanitária nos Estados
Unidos, identificou que testes produzidos em Atlanta (EUA) estavam
contaminados com o novo coronavírus e são ineficazes para a testagem. As
autoridades destacaram que dois dos três laboratórios do Centro de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC) violaram os próprios padrões de fabricação.
Isso
resultou em testes infectados e, claro, que não funcionaram. De acordo com as
autoridades nacionais de saúde dos EUA, os kits de testes foram enviados para
quase todos os 100 laboratórios estaduais e locais de saúde pública no país. Como é possível ver, os testes adquiridos na China não estavam infectados com o novo coronavírus, mas sim com uma bactéria que não
interferiu nas análises. Já os testes produzidos nos Estados Unidos foram
contaminados pelo novo coronavírus e se tornaram inúteis na detecção da doença.
Em resumo: a história que diz que testes contaminados com o
novo coronavírus foram enviados da China para os Estados Unidos é falsa! A
mensagem parte do mesmo pressuposto errôneo de que a China estaria enviando
máscaras contaminadas a todos os países. A história mistura duas informações
corretas que ocorreram nos EUA.
A primeira é que testes da China apresentaram
contaminação por uma bactéria. A segunda é que os próprios laboratórios dos EUA
produziram kits de testes contaminados com o novo coronavírus. Como é possível
ver, os testes contaminados vieram do próprio país estadunidense. Ou seja, a
história não passa de balela. Não compartilhe, lembre de lavar as mãos e, se
possível, permaneça em casa!
Com
informações do Boatos.Org.
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